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Sábado, 31 de Maio de 2008

Férias

Tenho boas noticias mas não me preenchem. Estou de férias (mas não me sinto), acabei o ano com todas as disciplinas feitas com as melhores notas da turma. Só me resta pedir transferência de curso. O primeiro critério é ter o maior número de disciplinas feitas e o segundo (se houve empate) conta a melhor média. O ano passado havia 2 vagas, entraram com 12 e 13 cadeiras feitas. Eu vou concorrer com 14 por isso tenho esperança. O problema é se os critérios mudam este ano, como estão sempre a mudar… Segunda-feira vou à secretaria, ainda não tive coragem de ir mais cedo. Venho de lá sempre desconcertada, tenho tanto medo de não conseguir! A minha vida depende disso. Não posso continuar pelo terceiro ano consecutivo neste curso.

Outra boa notícia é que vou começar a tirar a carta de condução para a semana. É outro objectivo acompanhado de uma grande insegurança.
A alimentação até à última frequência foi caótica. Foi tornando-se cada vez pior. Entregava-me a ela pensando que era só mais uma vez, mas apercebi-me que estava a entrar outra vez num túnel sem saída. Tenho de voltar a trás enquanto posso. Não quero isto. Tenho medo que não consiga porque vou estar muito tempo de férias só com a carta para tirar. Vai ser uma luta constante e não me sinto com forças para lutar. Os meus pais começam a exigir de mais, não ajudam em nada! Tem sido uma guerra pegada. Estou absolutamente desmoralizada.
 
Sinto-me envergonhada com a minha escrita, mas tenho necessidade de deixar registado.
Publicado por Aninhas às 01:04
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De Joana a 1 de Junho de 2008 às 17:01
Olá, Aninhas =)
Eu sou a Joana. Muito gosto!

Não sei se te recordas, mas eu retribuo (e desbafo muito) no blog da Cris (respondeste a 1 comentário do meu irmão Diogo).

Também sofro de anorexia...
Não te conhecia. Gostei muito do que escreveste e tocou-me bastante o tom das tuas palavras.
Muito obrigada.
Eu sou seguida por profissionais, e estou empenhada em recuperar da doença e de tudo o que me foi retirado.

Peço desculpa se te estiver a invadir, mas penso que percebo minimamento o que pensas, sentes e experiencias.
No que concerne à vida profissional, estudo medicina (muitas vezes duvidei se poderia vir a ser 1 boa profissional de saúde). Mas apesar dos pesares, vamos ser grandes profissionias de saúde, e melhores pessoas. Não concordas? Tudo isto há-de ter 1 lado bom.
Sei que o teu sonho de vida é ser enfermeira e só posso ficar imensamente feliz por isso! É uma maravilha haver profissionais de saúde como tu.

Minha querida, possuis todos os atributos para seres 1 extraordinária enfermeira, e tens feito o possível para "legalmente" te tornares 1. Acho que já és, pela ajuda, sensibilidade e compreensão que dás a 3os. Isso é ser enfermeira =)

Vais conseguir o que desejas, acredito em ti. Fizeste o melhor que podias, as melhoras notas da turma (com todos os preçalços que estão subjacentes ), vais mudar de curso, tenho a certeza absoluta.

Nós funcionamos por metas/objectivos e nem sempre isso é positivo. Também falo por mim. Estamos sempre preocupadas com o depois, o e se?... :/ Não pode ser!
O agora é que conta, o que vier depois para já não é bom nem eficaz. Preocupemo-nos com o agora. A Cris tem razão, + tarde vamos estar preocupadas com o emprego e depois se estamos a ser boas profissionais ou não, havemos de ter sempre qualquer coisa que nos consuma e não pode ser!Se estivermos constantemente a pensar no que pode acontecer ou não, vamos ser sempre infelizes, preocupadas e frustradas. Sei que não queremos isso, mas é difícil ver com todo o nevoeiro... Mas somos capazes. Tu és muito capaz. Acredita, acredita, por favor...
Eu acredito.

Aninhas: tens tanta força! Mas achas que não, não acredites no que sentes, nós vemos de forma desfocada, não somos nossas amigas, e já chega.

Vamos lutar, mesmo quando é quase insuportável e achamos que não conseguimos ir além. Não desistas, por favor.

É de facto muito difícil, moroso e dolorido. Mas o que queremos da vida é brilhante, feliz e eterno, não te percas disso.

Estamos todas juntas, sempre. Temos a AB que é tão querida, sábia e que serve de exemplo para todas nós. Sempre! É possível sair desta vida, do tudo ou nada.
Não somos isto. Não te deixes cair, estamos todas contigo.

Adorei o que escreveste ao longo da doença e ainda + o que escreves agora, numa fase mais racional. È simplesmente delicioso. Não esqueças o que queres e quem és , é isso que te define.

Sei que podes ser muito para além do que conheces de ti, mas quero que saibas que pelo que escreves e descreves de ti, és uma enfermeira e pessoa maravilhosas.

Desculpa pelo que escrevi da 1ª vez que aqui escrevi , mas fico muito emocionada. Podes achar que digo por dizer, mas não, garanto-te, falo com o coração. Vais ficar óptima, feliz e segura de ti, Aninhas. Não somos isto. Não somos!!!

Desejo-te o melhor.
Beijinhos,
Joana
De AB a 2 de Junho de 2008 às 15:51
Olá Joana, ola Aninhas.. e ola a todas..
às duas que estão na area da saúde (não é essa a m area profissional, mas olhem que qdo saí do internamento saí com uma vontade enorme e força quase para tirar um 2º curso..eheh), façam se puderem desta doença uma mais valia para a vossa vida futura. Acredito que, com as vossas hiotorias, vão poder humanizar mais a medicina e enfermagem e, nesta area especifica da psiquiatria, prestarem um apoio especializado mesmo quem sabe, mesmo que nao tirem esta especialidade... poderão colaborar na investigaçao, na ajuda especializada e tb Amiga a estas doentes, no dia a dia na rua se necessario.. e tao bom termos por perto um medico dizer "eu compreendo o teu sofrimento"...!
Um bj às duas e já agroa imaginem o seguinte: se estão a triar as melhores notas com a doença, imaginem só se nao tivessem a doença??!! como um dia me disse um antigo prof meu de faculdade (que nunca soube da doença e só a soube qdo nos tornamos amigos há poucos anos): uma coisa é tirar um curso sem a doença, outra com a doença.. só o tirar o curso (não pelo "dr" claro, pk p mim estatuto nunca foi importante, eu qdo entrei na faculdade até dizia para mim "tenho que tirar isto nem que seja para morrer a seguir", pk tinha que testar as minhas capacidades, pk era algo que sempre quis antes da doença aparecer e que ela nao me podia impedir de tirar) é um sinal de força enorme e é essa mesma força que nos vai fazer sair da doença...
Para outras pessoas, nao é o curso, mas será outro tipo de objectivo, o que interessa é termos sempre um objectivo que nos desvie da doença..
e um dia sim vao todas sair disso sim!!! Acredito em voces mesmo sabendo que nao acredita, como eu tb nao acreditava em mim, até ao momento em que deixei de pensar que nao conseguia, deixei de pensar por mim e ENTREGUEI por completo meu pensamento, minha vontade doente nas maos de quem sabia (medicos durante o internamento).. e deixei que eles pensassem, decidissem e até QUISESSEM por mim... momentaneamente deixei de ter kk tipo de pensamento e quis mm deixar de te-los pk eu sabia que eles eram todos de negaçao.. entao mais valia que pensassem por mim... desculpem nao sei se me fiz explicar..
De Aninhas a 3 de Junho de 2008 às 19:58
Claro que te conseguiste explicar.

Faz bem ler o teu testemunho. Acho que tens razão temos de nos entregar cegamente aos médicos e fazer o que nos pedem sem olhar para trás. Acho que qd conseguir fazer isso serei capaz de ser livre e ficar em paz. Quero fazer isso mas tenho medo de passar de uma doença para a outra. Quando voltou para casa voltou a ter compulsões? E teve de ganhar força para vencê-las ou pararam naturalmente? E só parou com elas quando tudo o resto estava resolvido? São dúvidas permanentes na minha cabeça. O meu maior medo é engordar e continuar com esta alimentação.

Quando dizes que se conseguimos tirar boas notas com esta doença o que faria se não a tivéssemos não conseguido dar valor porque sei que tenho outras facilidades em relação aos meus colegas. Como o facto de estar em casa dos meus pais com todas as mordomias e ter menos 3 cadeiras que os meus colegas. Mas quando eles me desprezam e dizem que se fossem eles também conseguiam estes resultados eu fico triste e só me apetece dizer “não falem do que não sabem, porque não sabem nada a meu respeito. Estão a ser muito injustos”. Consigo dar muito mais valor a uma de nós ter um notão do que eu.

Estou sem paciência para rever o texto… desculpa estou cansada.
Beijinho grande e muito obrigada por me “ouvires”.
De AB a 4 de Junho de 2008 às 10:51
Querida Aninhas felizmente nunca tive nenhuma compulsao nem recaída seja de que genero for depois do internamento. No ultimo dia de hospital claro que chorei de medo, como todas nós, medo do mundo de cá de fora e suas "tentaçoes", mas o conselho da equipa foi dizer-me fixa-me nos olhos "leva-nos sempre no pensamento e dá continuidade lá fora à vitoria que conseguiste cá dentro". sabes o que fiz? sei que é tolo, mas já contei à equipa e até se riram mas resultou: fui logo comprar no 1º dia a louça mais igual possivel à do hospital para sentir que estava no hospital .. lol... e nos primeiros tempos comi às mesmas horas do hospital e tinha sempre aquela ideai presente #faz de conta que estou no hospital"... depois o tempo foi passando e a segurança foi chegando e ficando cada vez maior e hoje toda a equiipa está na cabeça mas sobretudo no coraçao..
eu acho que se nos mentalizarmos duma vez por todas que só encontramos a felicidade numa alimentaçao saudavel e NUNCA mas NUNCA nos disturbios aí sim temos a soluçao.
e tb vamos ter que nos mentalizar qeu a Cura é o caminho de inicio mais dificil, mas que é no dificil que vamos encontrar a Felicidade Plena, então é por aí que temos que ir e nao nos rendenrmos aos prazeres falaciosos e momentaneos da doença.
Qto aos teus colegas, é verdade m querida infelizmente nao sabem do que falam: mil vezes ter dificuldades "logisticas" do que uma "vida doentiamente dupla" destas...
eu por sinal tive as duas dificuldades, mas pronto tá tirado o curso... somos sim fortes em qq dessas circunstancias.
um bj com mt carinho e pf nao me trates por voce pk apesar da diferença de idades eu penso que a doença nos torna um pouco irmas gemeas a quase todas nós..
força semrpe!!
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Tive uma anorexia nervosa com crises bulímicas tratada e cuidada no HUC, onde ainda estou a ser acompanhada. Consegui atingir todos os meus objectivos, sou feliz e deixo aqui o meu testemunho em como é POSSÍVEL acabar com todo o sofrimento e dor que esta doença me trouxe.

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