Um testemunho de como é possível destruir esta terrível doença e ser FELIZ!

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Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2007

Sofrida

Ontem fomos ver a minha tia a Lisboa e aproveitámos para fazer umas compras. Foi um dia profundamente triste.
O meu pai é tão injusto para mim… De manhã começou a gritar comigo, a chamar-me nomes com promessas que faz isto e aquilo, porque já havia pouco Bolo Rei e quando chegou a casa, pronto para sairmos, ainda estava na casa de banho (porque estive a tomar banho e ainda não estava pronta!) e puxei o autoclismo. O que ele interpreta como “estiveste a vomitar!”. Passei a viagem toda de olhos fechados a chorar. Dói tanto, tanto…! Sinto-me tão triste. Ao lanche disse para mim “Deixa passar esta fase de testes que vais ver o que vai acontecer.” Eu perguntei o que estava a pensar fazer e ele disse “Vais começar a entrar nos eixos! Não se admite que não comas um pouco de arroz, carne, nem massa…”. À vinda disse “Os teus pais estão a ficar doentes, nós não duramos para sempre e depois pode ser tarde de mais”, “Ai de ti que ‘arranjes’ uma doença por causa destas parvoíces!”
Eles não sonham o quanto sofro por isto! Não estou a falar do que passo diariamente por causa da doença, mas porque eles são frios comigo. 
Eles só pioram a situação tratando-me assim, estão-me sempre a deitar a baixo. Qualquer coisa que eu digo eles respondem que sou infantil e não sei o que digo. Estivemos a ver de uma botas de cano alto para mim, mas nenhumas me serviam porque me ficavam larguíssimas na perna e ele só dizia “Cresce!” e saía. Se não gostava das camisolas que ele me mostrava dizia que não tenho gosto. Está sempre a dizer mal do meu cabelo dizendo “pareces uma bruxa com este cabelo”, quer a toda a força que corte o cabelo e a minha mãe está sempre a repreender-me por ter as costas tortas. Ontem quando me ia deitar o meu pai era assim para mim “O que é isso que tens aí na cara?” E eu “é uma borbulha” e ele olha para mim a abanar a cabeça com cara de nojo, porque para ele uma borbulha assim é sinal de que ando a vomitar. E foi assim o meu dia.
 

Agora digam-me como é que eu consigo “largar” a doença se me sinto rebaixada e humilhada constantemente pelos meus pais, não tenho nenhuma vida social, não sei se este ano consigo mudar de curso e os meus dias são um inferno? Ando profundamente triste… Mesmo triste percebem? Só me apetece chorar é uma dor tão forte que sinto no peito. São tão injustos…

Sinto-me: triste, humilhada, rebaixada..
Sábado, 25 de Agosto de 2007

Fim das férias

Vim hoje de férias com os meus padrinhos e o meu primo. Passei uma boa semana. Só dispensava os reparos sistemáticos ao meu prato, as reprimendas, os rebaixamentos e a censura acerca de tudo o que eu fazia! Fora isso foram uns dias bem passados: passeei, nadei, joguei, não vomitei, e consegui controlar-me lindamente às refeições (só espere que continue assim e que com isso tenha perdido peso! Estou desejosa de me pesar). Mas quando cheguei a casa qual foi o comentário do meu pai quando me viu?
- “Tens uma cara mesmo horrível!”
Fantástico! Era mesmo disso que eu precisava… Durante o tempo todo fui bombardeada pelos meus padrinhos com comentários do tipo “não a apertes tanto que ela desmancha-se!” ou “porque é que não levas a saia para mostrares esses alfinetes (=pernas)?” e para o meu primo “anda come filho, tira mais presunto e bebe mais leite, não queiras ficar como a tua prima!” ou “Humm tão bom! Não sabes o que é bom. Tu é que perdes…”.
Foi incrível! Não sei como superei tão bem este sarcasmo. Não sei como aguentei sem recalcitrar uma única vez. Mas com os meus pais é diferente. Não aguento os comentários de menosprezo feitos por eles e respondo-lhes. Andam cada vez pior. O ambiente anda saturado de ansiedade e desconfiança - sempre que vou à casa de banho pensam automaticamente que é para vomitar, se comer um gelado é porque a seguir vou vomitar, quando estou na quinta e lhes peço para me virem levar a casa é porque quero ficar sozinha para devorar a comida e passar o tempo na casa de banho... Ando farta deles, de mim e de tudo!

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Tive uma anorexia nervosa com crises bulímicas tratada e cuidada no HUC, onde ainda estou a ser acompanhada. Consegui atingir todos os meus objectivos, sou feliz e deixo aqui o meu testemunho em como é POSSÍVEL acabar com todo o sofrimento e dor que esta doença me trouxe.

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